quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Recuperação da saúde através da acupuntura

Escrito por: Peter Mole
Editado por: Cínthia Alves

Os seres humanos têm extraordinários poderes de recuperação; se nao fosse assim, então todas as febres, todos os traumas emocionais, todas as tensões ou ferimentos nos deixariam num estado de ruína física ou emocional. A natural disposição do corpo, da mente e do espírito para regressarem a um estado de equilíbrio é conhecida como homeostasia. A finalidade do acupunturista é auxiliar estas funções homeostáticas. A eliminação de sintomas pode ser, muitas vezes, uma finalidade imediata de tratamento, mas não é a sua finalidade última e fundamental.

É comum os pacientes afirmarem, depois de um certo número de tratamentos, que voltaram a sentir-se como se sentiam antes de um determinado acontecimento ou período das suas vidas que lhes deteriorou a saúde. Muitas pessoas têm consciência de que não estão a atingir todo o seu potencial, em termos de vitalidade física, mental ou espiritual. É essencial que o praticante tenha uma noção clara do modo como o paciente pode ser depois de regressado ao estado de saúde - para reconhecer qual é o estado adequado de vitalidade e saúde, tendo em conta a idade, a constituição e as circunstâncias do indivíduo.

O princípio de que, mais do que esforçar-se por 'combater' a doença, o profissional de saúde luta para restaurar a saúde, é um princípio antigo, embora aualmente fora de moda na medicina ocidental. Um exemplo interessante de utilização da acupuntura para promover a saúde, mais do que para 'combater' a doença, é no tratamento da AIDS. Especialmente no Reino Unido e nos EUA, milhares de portadores de HIV afirmaram terem sido beneficiados com grandes melhorias no seu estado geral de saúde e bem-estar, devido ao tratamento de 'promoção de saúde' através da acupuntura tradicional.

Fonte: livro "A acupuntura: equilíbrio energético para o corpo, a mente e o espírito". Editorial Estampa, 1993.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Acupuntura e depressão

Escrito por: Daniel Pimentel (Liga de Acupuntura da FMUSP)

A depressão é um estado de humor, ou seja, uma emoção (complexo estado de sentimentos, com componentes somáticos, psíquicos e comportamentais, relacionado ao afeto e humor) difusa e prolongada, subjetivamente experimentada e relatada pelo paciente como um sentimento psicopatológico de tristeza (KAPLAN; SADOCK; GREBB, 2003, p.291-292).

Acerca do tratamento com Acupuntura, Kaplan, Sadock e Grebb (2003, p.945) comentam que diversos investigadores americanos têm relatado que a acupuntura é um tratamento eficaz para alguns pacientes com depressão ou dependência química (por ex., nicotina, cafeína, cocaína, heroína).

Buscando avaliar a eficácia da acupuntura como adjuvante ao tratamento farmacológico, Roschke e colaboradores (2000, p.73-81) realizaram um estudo em que 70 pacientes foram testados quanto à eficácia no tratamento de depressão, sendo um grupo somente com uso de antidepressivo tetracíclico (mianserina) e outro grupo fazendo uso de mianserina e acupuntura. Obtiveram como resultado um melhor curso terapêutico no tratamento combinado de droga e acupuntura.

Indo além, existem evidências de que acupuntura possa ser tão eficiente quanto amitriptilina no tratamento da depressão, com a vantagem de, além de reduzir distúrbios cognitivos, distúrbios do sono e sentimento de desespero, apresenta uma melhor eficácia no que se refere à redução de somatização acompanhada de ansiedade, quando comparada à amitriptilina (YANG, et al, 1994, p.014). Ou seja, a acupuntura pode ser efetiva quando usada como monoterapia no tratamento da depressão (MANBER; ALLEN; MORRIS, 2002, p.628).

Após esse estudo sobre o uso da acupuntura no tratamento da depressão, podemos chegar à conclusão que estamos diante de uma poderosa ferramenta com grande potencial de uso no tratamento do referido transtorno psiquiátrico.

Artigo completo em: www.kiai.med.br

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Como a acupuntura mudou a minha vida

Escrito por: Cínthia Pereira Alves

No ano de 2000 (ou seria 2001?) eu fiz um tratamento de acupuntura para amenizar o estresse, característico da fase pela qual eu passava: aluna de pré-vestibular. De quebra, a acupuntura resolveu também outras coisas, como minha renite alérgica. Foi minha primeira experiência direta com a acupuntura.


Anos depois, em 2006, eu comecei a fazer aulas de tai chi/qi kung. O professor, muito competente por sinal, sempre falava da teoria existente por trás do exercício. Ele não ensinava apenas um exercício, mas ensinava uma filosofia de vida, originada na China há aproximadamente 5000 anos. Era o taoísmo, uma filosofia que influenciou a sociedade chinesa da época, e que teve sua origem por meio da observação da natureza e do estudo dos princípios da interação entre os seus diversos elementos. Da filosofia do taoísmo surgiram, por exemplo, o tai chi e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que são considerados fontes efetivas de movimentação da energia que encontra-se em nosso interior.


O que mais despertou minha atenção foi justamente esse conceito de energia interna, inerente a todos os seres. Durante toda minha vida acreditei nisso, mas não sabia de onde vinha esse conhecimento. Em 2006 eu descobri: vinha da filosofia do taoísmo, que deu origem à MTC (que abarca os conhecimentos da acupuntura).


De posse destas informações, fui pesquisar sobre o tema. Meu objetivo era descobrir como aliar esta nova visão de mundo às minhas expectativas profissionais. Eu decidi que queria estudar mais o assunto e conectá-lo à minha futura formação de psicóloga.


Então em 2007, no mesmo mês em que eu graduei, eu iniciei um curso de formação de especialistas em acupuntura. Eu já havia me informado sobre a resolução CFP 005/2002, que reconhece “o uso da Acupuntura como recurso complementar no trabalho do psicólogo”. Tudo se encaixava!


Recém formada, fui trabalhar como funcionária temporária de Recrutamento e Seleção (R&S). Logo vi que esse não era o tipo de trabalho que eu queria para o resto da minha vida. Era engraçado quando, no intervalo de almoço, minhas colegas falavam de algumas patologias e eu logo tentava entendê-las do ponto de vista da acupuntura, inclusive dando orientações sobre como proceder em alguns casos.


No ano seguinte fui desempenhar o mesmo trabalho em R&S, só que em outra empresa. A história se repetiu. Porém, desta vez comecei a levar agulhas para a empresa, e nos horários vagos eu treinava localização de pontos em mim mesma. Ainda lembro a cara de espanto das minhas colegas, o que não era para menos, afinal não é todo dia que se vê uma pessoa agulhando a si mesma.


Como os trabalhos que eu consegui eram temporários, logo o ‘fantasma do desemprego’ começou a me atormentar, usando meu namorado como instrumento para tal (e ele tinha razão). Eu dizia “mas não é isso que quero fazer o resto da minha vida”, e ele retrucava “mas é isso que paga as contas; e não é todo mundo que trabalha com o que quer”.


Foi um período muito estressante, mas eu já havia definido que queria focalizar meus esforços em trabalhar com algo que me desse prazer, ao invés de simplesmente pagar minhas contas.


Uma das coisas que me deixava muito aflita desempenhando o papel de recrutadora e selecionadora de pessoas era o fato de ver pessoas precisando trabalhar, mas ter que recusá-las porque a empresa a considerava velha demais para a vaga (isso aos 45 anos!). Eu não tinha ‘sangue de barata’ suficiente para desempenhar esse papel.


Mas isso foi um acontecimento bom na minha vida, porque pude me conhecer mais. Descobri que tenho mais o perfil de ajudar as pessoas (ao invés de selecioná-las para uma vaga), e disso a acupuntura e a psicologia clínica se encarregam muito bem.


Contrato temporário encerrado, dediquei-me exclusivamente à especialização em acupuntura. Essa foi uma decisão muito difícil, financeira e psicologicamente falando, mas tive apoio de várias pessoas nesta nova empreitada.


Porém, sempre fui uma pessoa que sonha alto (apesar dos pesares, que não foram poucos!). Não bastava fazer especialização de acupuntura no Brasil; eu queria ver como a acupuntura funciona no seu país de origem. Então em 2007, quando iniciei o curso de especialização, firmei o objetivo de viajar algum dia para a China. O que eu não imaginava é que isso fosse ocorrer tão rápido: este ano, 2009, tive a incrível oportunidade de fazer um workshop de MTC na Universidade de MTC de Tianjin...NA CHINA! Fui buscar a acupuntura no seu berço! E foi uma experiência maravilhosa!


Retornei ao Brasil decidida a fazer três coisas:


- montar meu consultório como Psicóloga Acupunturista: o consultório eu montei e já está funcionando. Esses dias atrás eu parei para pensar na minha trajetória até hoje, e percebi que estou trabalhando com o que gosto: eu ajudo as pessoas no meu consultório. E olha só: de quebra ainda pago minhas contas. É claro que mais pacientes serão sempre bem-vindos...e que venham!


- trabalhar como voluntária: sempre pensei em fazer trabalho voluntário, mas o passar dos anos fez essa vontade ser esquecida. No entanto, a minha viagem à China fez com que essa vontade se reacendesse em mim, e eu voltei decidida a ser voluntária como psicóloga acupunturista. Por coincidências do destino (ou não), fiquei sabendo da ONG Um Por Todos (www.umportodos.org), idealizada pelo meu ex-professor do colegial, Leo Abrahao. Entrei em contato com ele a agora faço parte desta ONG, onde ainda quero ajudar muitas pessoas.


- entrar no mestrado, realizando pesquisa com a acupuntura: a grande notícia que recebi hoje (01/12/09) foi o resultado do processo seletivo para o mestrado. Fui aprovada! Agora sou mestranda do Programa de Pós-Graduação de Psicologia/UFU (turma 2010), com a pesquisa “Acupuntura no manejo do estresse em professores do ensino público”.



Bom, o objetivo do meu post de hoje era contar um pouco da minha história, e de como a acupuntura mudou a minha vida!

Gostaria de deixar mais um recado: a acupuntura pode mudar a sua vida também!!



Aproveito a oportunidade para agradecer a todos que me ampararam e continuam me amparando! Sinto que grandes coisas ainda estão por vir!

Muito obrigada!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um pouco de história

Elaborado por: Dr Paulo Geanetti Machado Jr
Editado por: Cínthia Alves

A acupuntura surgiu na China há mais de 4.000 anos e é uma terapia que representa, inclusive, o pensamento das civilizações orientais.

Na mais remota antigüidade, os chineses haviam comprovado que cada vez que um órgão do corpo estava perturbado em seu funcionamento, certos pontos do revestimento cutâneo ficavam sensíveis; a localização destes pontos variavam de acordo com o órgão afetado. Observando estas correlações, os chineses concluíram que a um determinado órgão correspondiam pontos específicos, e puderam demonstrar que uma ação sobre estes pontos repercute sobre o órgão correspondente, produzindo alívio. Estes pontos constituem uma espécie de cadeia e se ligam uns aos outros, formando linhas imaginárias chamadas canais ou meridianos, onde circula a Energia Vital ou Chi.

As primeiras aplicações de acupuntura possivelmente foram realizadas com finas lascas de pedra, passando para lascas de bambu e espinhas de peixe. Do século XVI ao XI a.C., passou-se utilizar agulhas de cobre, ouro, platina, prata e outros metais. Atualmente as agulhas são de aço inoxidável, com o comprimento variável de 3 à 10 cm, sendo que a parte introduzida na pele não passa de alguns milímetros.

A acupuntura constitui um conjunto de conhecimentos técnicos, teóricos e empíricos, visando a terapêutica por meio da restauração do fluxo vital normal do corpo humano. Ela se restringia ao oriente até o século XIX, quando chegou na França, que é o grande centro de acupuntura do ocidente. No Brasil, a acupuntura chegou por volta da década de 50, através do alemão Frederico Spaeth.

A Medicina Tradicional Chinesa, tem como base o reconhecimento da existência de uma Energia Vital, o Chi, caracterizada pela polaridade Yin e Yang, que circula no organismo através dos meridianos.

YIN (Preponderância Yin):
Feminino
Mãe
Lua
Inconsciente
Intuição
Espírito
Repouso
Escuridão
Voltado para o Interior
Noite

YANG (Preponderância Yang):
Masculino
Pai
Sol
Consciente
Lógica
Corpo
Atividade
Luz
Voltado para o Exterior
Dia

Vantagens da Acupuntura:
- Grande eficácia
- Baixo custo
- Facilidade de aplicação
- Ausência de efeitos colaterais e contra-indicações
- Útil em qualquer doença
- Auxilia todas as faixas etárias
- Independe de sexo
- Pode ser associado a outras modalidades terapêuticas
- Favorece diminuição de medicamentos
- Totalmente segura, bastando que cada paciente tenha suas próprias agulhas ou que as agulhas sejam descartadas pelo acupunturista imediatamente após cada aplicação, em recipiente próprio.

Desvantagens da Acupuntura:
- Medo do paciente perante as agulhas

Fonte: http://www.clinicapilon.kit.net/db85.html

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"O monge budista e a ajuda"

Achei uma fábula muito interessante, que me fez pensar sobre a atuação do psicólogo.
No meu ponto de vista, esta fábula explica o príncipio terapêutico, e serve tanto para a reflexão do psicólogo quanto para a reflexão de um paciente que se comprometeu com a terapia, ou que gostaria de fazê-lo.

"Um monge budista caminhava pelas ruas de uma grande cidade, tendo ao seu lado um discípulo. Ambos avistaram um homem caído ao chão. O monge manteve o rosto impassível e seguiu seu caminho. O discípulo olhou para o mestre, olhou para o homem caído e esboçou um gesto em direção ao chão, com a intenção de ajudar o homem a se levantar. O mestre impediu e indicou-lhe para continuar sua caminhada. Caminharam em silêncio, cada qual absorto em seus próprios pensamentos. O discípulo não compreendia a atitude de seu mestre, que sempre lhe ensinou a buscar a felicidade do próximo, a ter sentimentos de fraternidade... Como entender isto agora?

Depois de caminharem algum tempo, o mestre disse: você está buscando entender o que aconteceu, vou lhe ensinar o seguinte: quando você encontrar um semelhante caído, fazendo algum esforço para se levantar, mesmo que seja movendo apenas o dedo mindinho, ajude-o, mesmo que corra o risco de quebrar a espinha, vale a pena. Se você encontra alguém caído, observe-o: se não faz nem um gesto mínimo para se erguer, deixe-o e siga seu caminho, pois certamente você quebrará sua espinha."

Referência: BAUER, S.M.F. Hipnoterapia ericksoniana passo a passo. Campinas: Livro Pleno, 2000.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Acupuntura protege profissionais do estresse e da Síndrome de Burnout

Estímulo pelas agulhas promove liberação de substâncias como a endorfina e a serotonina, que causam a sensação de bem-estar


SÃO PAULO – Pesquisa realizada pela ISMA (International Stress Management Association) revela que 70% dos brasileiros sofrem de estresse. Dentre essas pessoas, 30% são vítimas da Síndrome do Burnout, que pode acarretar problemas como depressão e cansaço físico e mental.
A boa notícia é que existe um meio de tratar essa síndrome sem remédios fortes e caros: a acupuntura, que vem se mostrando altamente eficaz para combater a doença. O estímulo pelas agulhas promove, por exemplo, a liberação de substâncias como a endorfina, a serotonina, a dopamina e a encefalina, que causam a sensação de bem-estar, segundo informações da Associação Brasileira de Acupuntura do Rio de Janeiro.
Já a prevenção pode ser feita por meio da identificação dos grupos de risco e do trabalho em equipe multiprofissional, modificando a forma como as pessoas encaram o trabalho e fazendo com que elas lidem de outra forma com a impotência frente à ansiedade e a impossibilidade de mudança de emprego ou carreira, de status funcional ou de departamento, por exemplo.

Síndrome do Burnout
A Síndrome de Burnout é muito mais do que um simples estresse. O termo, em inglês, significa “acabar-se em chamas”, explica a médica psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, Alexandrina Meleiro. “É um desgaste causado pelo trabalho. Causa profundo sentimento de exaustão, frustração e raiva”.
E essa sensação pessimista, que acarreta a perda de interesse pelas atividades profissionais, acaba dominando todas as áreas da vida da pessoa, gradativamente. “Normalmente, acomete pessoas que, no início do trabalho, se entusiasmam bastante, dão o seu melhor, mas, com o tempo, percebem que seu esforço não é recompensado. Para as empresas, o Burnout é ótimo, pois significa que o funcionário se dedicou ao limite”, analisa.
“Algumas profissões registram muitos casos do Burnout, como operador de telemarketing, médico, professor, policial, jornalista e bancário. A saúde dos funcionários está atrelada ao trabalho conduzido pelos líderes, principalmente na hora de cobrar resultados”.
Os sintomas principais são gastrite, dor de cabeça, falta de ar, dores nas costas e/ou nas articulações, hipertensão, taquicardia, alergias, cansaço anormal, sonolência diurna, insônia e falta de concentração no trabalho.

Etapas
De acordo com a psiquiatra, quem desenvolve a síndrome pode passar por cinco fases. A primeira é marcada por muito entusiasmo, parece que o trabalho preenche todas as necessidades e desejos da pessoa. A segunda, ao contrário, é de boa dose de realismo. A essa altura, o profissional já sente o reconhecimento escasso por parte dos gestores e passa a questionar a própria competência.
A terceira é de estagnação, na qual a pessoa trabalha de forma mecânica. “Ela pode até continuar eficiente, mas realiza as tarefas sem vontade alguma e, às vezes, chega muito atrasada, porque não tem vontade de ir ao trabalho”. Já a quarta é de apatia. Trata-se do Burnout propriamente dito. “É um período de depressão, em que se pensa muito em pedir demissão”.
Segundo Alexandrina, apenas 30% das pessoas chegam à quinta fase da síndrome. Sem mudar de emprego, elas protagonizam um ‘ressurgimento’, é o fenômeno Fênix. “O profissional renasce das cinzas, passa a encontrar felicidade em outras facetas da vida, que não o trabalho, encontra uma forma de se motivar, diminui a expectativa quanto à profissão e, consequentemente, reduz a frustração”.

Fonte: http://religareterapias.wordpress.com/2008/04/22/acupuntura-protege-profissionais-do-estresse-e-da-sindrome-de-burnout/

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Psicologia e Acupuntura: esclarecimentos

Psicologia e Acupuntura: Aspectos Históricos, Políticos e Teóricos

Delvo Ferraz da Silva
Psicólogo acupunturista e Especialista em Fisiologia Humana Aplicada à Medicina,
presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura – SOBRAPA.

O homem na visão da acupuntura tradicional

A acupuntura é a única terapêutica sustentada por um sistema filosófico que, além do mais, nos faz entender o homem em si e no seu relacionamento com o meio ambiente e, por extensão, com o Universo, o que torna o ato terapêutico praticado na sessão de acupuntura o mais perfeito, correto e adequado (Cordeiro, 1994, p.25).

A milenar acupuntura foi fundamentada e estruturada em bases filosóficas, e não científicas, há milhares de anos. Tymowski (1986) afirma que a Medicina tradicional chinesa é fundamentada no conceito filosófico taoísta de integridade e unidade do todo, a unidade do organismo humano em si e a unidade maior do ser humano com a natureza; ela representa a condição vital para nossa sobrevivência.

Dumitrescu (1996, p.220), pesquisador dos mecanismos científicos que explicam a ação da acupuntura, acrescenta: “Numa expressão simbólica, através de uma terminologia específica, a acupuntura sustenta a integração do organismo vivo no macrocosmo com o qual esse entretém ligações intercondicionais. Do ponto de vista filosófico, encontramos aí uma perfeita semelhança com a teoria dos sistemas, segundo a qual todo sistema se encontra numa ligação de interdependência com o macrossistema do qual ele deriva, e a perturbação de um provoca reflexos na funcionalidade do outro. A permanência das formas materiais, energéticas ou informacionais, com a translação recíproca de uma forma na outra, é conhecida na acupuntura há mil anos”.

Como se pode ver, a Medicina tradicional chinesa, em particular, a acupuntura, percebe o ser humano como uma unidade menor (microcosmos) dentro de uma unidade maior (macrocosmos), sendo um influenciado pelo outro, e vice-versa, no qual o primeiro faz parte incondicional do segundo e contribui para a evolução do todo.

Segundo Mann (1971, p.17), “foi há 5000 anos que o legendário Imperador Amarelo chamou o seu médico-chefe e ordenou-lhe: ’Relate-me tudo sobre a Natureza, o Tao e as leis da acupuntura.’ O diálogo que se seguiu a essa ordem foi escrito mais tarde, em vinte e quatro volumes, e constitui o primeiro registro de que dispomos sobre a acupuntura ...”

Esse clássico, conhecido como Imperador Amarelo ou “Nei King ou Nei Jing”, é considerado, entre os estudiosos, a base de consulta de todo o conhecimento sobre a teoria e a prática do acupunturista. A diferença na grafia de “Nei King” para Nei Jing reside no fato de alguns autores utilizarem a grafia proposta por Morant (Nei King), que introduziu a acupuntura na Europa nos anos trinta ou pela grafia proposta pelas escolas chinesas modernas (Nei Jing). Neste trabalho, utilizaremos a primeira grafia, proposta por Morant.

O clássico - Nei King - contém todo o conhecimento a respeito do ser humano escrito acerca de 2.453 a.C., e até hoje é fonte de informações para diagnóstico, terapêutica e propedêutica, além dos ensinamentos oriundos da filosofia taoísta. É fonte riquíssima de informações sobre o ser humano e sobre como ele era percebido nas suas dimensões físicas e psíquicas.

Segundo Tymowski (1986, p.18), o “Nei-King” (O Livro do Interno) (453 a.C.-220 d.C.), verdadeiro monumento do pensamento chinês, resume todos os conhecimentos transmitidos desde as origens pelas diferentes escolas e contém, na sua primeira parte – o “So-Uenn” –, toda a patologia, higiene e terapêutica pelas agulhas e pelos medicamentos, e, na segunda parte – o “Ling- Chu” –, um verdadeiro tratado da acupuntura clássica, que ainda hoje constitui a obra de
base de todos os acupuntores”.

Concordando com esse pensamento, Dumitrescu (1996, p.20) conclui: “O mais importante tratado médico proveniente da antiga China foi, sem dúvida, o Huangdi Nei Jing (Cânon de Medicina), conhecido pelos europeus numa variante compilada desde o período das guerras (474 -221 d.C.), uma apresentação em sumário do saber médico e filosófico...”

Nghi (1984, p.53), considerado pelos acupunturistas como uma das maiores a autoridades ocidentais na acupuntura, escreveu: (...) “L´homme répond au ciel et à la terre” (O homem responde ao céu e à terra). Tal afirmação sintetiza, de forma magistral, os princípios que norteiam as teorias da filosofia da Medicina tradicional chinesa.

É possível encontrar, em Faubert (1990, p.16), ainda: “De fato, a originalidade do pensamento chinês, com relação à nossa, reside na visão de síntese do cosmos. Ele não procura opor os diversos elementos, mas sim, ligá-los por grandes leis de mutação que explicam os diversos fenômenos como outras tantas manifestações da mesma unidade subjacente. O ser humano, em particular, não vive separado do resto do universo, mas em harmonia com ele. Do macrocosmo ao microcosmo, as mesmas leis regem, assim, a vida e a morte, e exprimem o princípio universal: o Tao”.

O pensamento antigo chinês também considera que, em relação à organização desse ser humano, quer em seus aspectos físicos, quer nos aspectos psíquicos, tais componentes são indissociáveis, como pode ser visto em Faubert (1990, p.95): “Segundo a tradição chinesa, o ser humano constitui uma só entidade energética, e não é suscetível de ser dividido. O psiquismo não pode, portanto, em caso algum, ser dissociado do físico: ambos representam manifestações diferentes da mesma energia, eles seguem as mesmas leis e estão em interdependência completa, como as duas faces da mesma folha de papel. No caso de perturbações, seja do psiquismo ou do organismo, não se poderia, em absoluto, tratar de um sem referência ao outro...”

Segundo Cordeiro (1992, p. 63), “Tudo é energia. O corpo humano, físico, material, difere do que chamamos de energia apenas pela diferença e intensidade de vibração. Assim, a diferenciação de tudo o que existe no universo é resultado do tipo de vibração, sendo esta dependente do sol, da lua, dos planetas e do globo terráqueo, que, em perpétuo movimento cíclico, apresentam variações energéticas que afetam o homem e toda a vida na Terra”. Logo, esse ser humano (microcosmos), unidade indivisível, está em constante inter-relação com esse todo (macrocosmos).

Quando ocorrem desequilíbrios na energia interna do homem, estes podem alterar sua relação com o macrocosmo, e vice-versa; logo, desequilíbrios do macrocosmo podem ser capazes de influenciar a organização interna do homem.

Segundo a Medicina tradicional chinesa, as desarmonias ou desequilíbrios podem ser verificados através de sinais físicos ou psíquicos, já que ambos os aspectos pertencem à mesma unidade. Esses sinais servem de base diagnóstica para se conhecer a causa inicial dos desequilíbrios. Os sinais e sintomas são classificados, agrupados e direcionam a hipótese diagnóstica para conclusões a respeito do que, na MTC, é denominado causas externas, internas ou nem internas e externas.
Poder-se-ia dizer, ainda, que o desequilíbrio entre homem-cosmos poderia levar a um desequilíbrio físico-psíquico, em que um influencia o outro, causando sofrimento.

Sobre a relação psíquico-física, por exemplo, pode ser encontrado, em Wang (762 d.C./ 2001), in Su Wen: “A excitação dos humores, como alegria excessiva, raiva, etc., pode danificar as vísceras, então, fere a energia vital do homem” (cap. 05, p. 52).

Cordeiro (1994, p.37) afirma: “A Medicina tradicional chinesa ensina que o mental e o físico têm origem na mesma essência, que, em sua manifestação maior, se apresenta como corpo físico - inn -, e, em sua manifestação menor, como mental – iang. Trata-se, pois, da mesma energia em níveis diferentes, podendo-se concluir que há uma interação total entre esses aspectos do homem e, portanto, as atividades mentais dependem da energia dos órgãos, do mesmo modo que, reciprocamente, influenciam a energia do físico”.

Conforme Chenggu (1987, p.5), “Por enfermedades mentales, se entienden aquellos tipos de anomalias en los que, debido a diversos motivos, em particular la excessiva excitación espiritual y psíquica, las funciones de los órganos y las vísceras del cuerpo humano pierden su normalidad, se dañan y se debilitan el qi, la sangre, los líquidos corporales, el jing (...) Todo esto causa disfunción del corazón y del cerebro, que se manifiesta em cambios extraños en los diversos tipos de conciencia, sentimientos, ánimo, habla y conducta”.

A acupuntura busca, então, devolver esse equilíbrio através de intervenções nesse corpo físico, nessa unidade psíquico-energético-socio-ambiental, através de estímulos em pontos de acupuntura, “aconselhamento” sobre as causas dos desequilíbrios, entre outras orientações, para ajudar o restabelecimento da “harmonia” perdida, que é, segundo a Medicina tradicional chinesa, a causa dos sofrimentos, sejam eles de natureza física ou psíquica.

Cordeiro (1994, p.37) explica que “o pensamento chinês não separa o corpo da mente (...) considera o indivíduo como um todo, de maneira global, e, por isso, as características psíquicas de cada um orientam o terapeuta para o diagnóstico concomitante do estado físico e psíquico do paciente. Em conseqüência, a ação da acupuntura, no corpo físico, repercute inevitavelmente no estado psíquico”. Stiefvater (1996, p. 223) ensina que: “Quem se ocupa durante muito tempo com acupuntura não pode deixar de considerar o seu aspecto psicossomático”.

A Medicina tradicional chinesa considera impossível dissociar o psiquismo da unidade total do ser humano integrado ao “Universo”, mesmo que didaticamente. Sobre a pesquisa e o estudo do psiquismo, encontramos Faubert (1990), que afirma: “O conjunto do psiquismo é formado por cinco funções, geralmente designadas por Charles Leville-Méry pelo termo “entidades viscerais”.

* Este é apenas um trecho do artigo.
O artigo completo pode ser encontrado em: "PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 418-429", no site http://revista.psicologiaonline.org.br/index.php/rpcp/issue/view/1/showToc

Eletroacupuntura: possível arma contra a depressão?

Eletroacupuntura: possível arma contra a depressão?

Estudo brasileiro constata efeitos antidepressivos dessa técnica medicinal milenar em ratos


Jair Guilherme dos Santos Jr.,
Fernando Kawano,
Márcio Makoto Nishida,
Ysao Yamamura,
Luiz Eugênio Araújo de Moraes Mello
e Angela Maria Florencio Tabosa
Laboratório de Pesquisas em Acupuntura,
Universidade Federal de São Paulo


A Organização Mundial da Saúde listou, em 1979, mais de 40 doenças tratáveis pela acupuntura, técnica medicinal milenar, de origem chinesa, hoje reconhecida como especialidade médica em muitos países. A compreensão do mecanismo de ação das agulhas aplicadas em pontos específicos do corpo baseou-se, por milênios, apenas em concepções filosóficas, mas nas últimas décadas houve um aumento significativo do número de pesquisas sobre a técnica, que deram a esta sólido embasamento científico.

Alguns desses estudos abordaram o uso da acupuntura no tratamento da depressão, sem resultados conclusivos. No entanto, trabalho recente de nosso grupo de pesquisa constatou, em ratos, efeitos tipo-antidepressivos da eletroacupuntura. O trabalho mostrou ainda que tais efeitos estão associados aos níveis de serotonina no sistema nervoso central.

A depressão é considerada, nos dias atuais, uma doença potencialmente grave, que atinge parcela expressiva da população mundial. Desânimo, tristeza, insegurança, ansiedade, comprometimento da auto-estima e desmotivação ilustram claramente o impacto da depressão, que afeta em torno de 20% da população mundial e faz parte do grupo das 10 maiores causas de adoecimento e morte em todo o mundo.

As pessoas que sofrem de depressão apresentam, frequentemente, dificuldade de admitir que têm a doença e que precisam de ajuda médica. Assim, estabelece-se um sofrimento tanto para o paciente quanto para as pessoas de seu círculo afetivo, que se sentem incapazes diante dessa situação adversa.

Clinicamente, a depressão pode ser tratada com terapia, com medicamentos ou com a associação desses dois recursos. Embora eficazes em muitos casos, essas estratégias não melhoram de forma significativa o quadro clínico de muitos pacientes. Por outro lado, os medicamentos antidepressivos podem apresentar efeitos colaterais e só iniciam seus efeitos clínicos após algumas semanas de uso. Nesse contexto, fica evidente a grande importância de se pesquisar outras estratégias para o tratamento da depressão, principalmente entre as medicinas complementares, que vêm mostrando efeitos animadores em várias áreas da saúde.

As agulhas como possível opção
A acupuntura é uma forma milenar de tratamento que teve origem na China há mais de 3 mil anos e que tem sido praticada de forma ininterrupta até os dias atuais. Essa técnica, além de ter sua eficácia comprovada clinicamente e de contar com a aceitação popular, vem ganhando reconhecimento no meio científico, em função dos resultados convincentes de grande número de pesquisas, principalmente estudos experimentais com animais de laboratório, que têm desvendado importantes etapas do seu mecanismo de ação.

Uma série de trabalhos descreve que o estímulo de pontos de acupuntura, seja por meio da simples inserção de uma agulha (acupuntura manual) ou pela estimulação elétrica dessas agulhas (eletroacupuntura), é capaz de induzir alterações no funcionamento do sistema nervoso central, modulando a liberação de substâncias específicas (os chamados transmissores). Essas substâncias são fundamentais para as atividades não só do sistema nervoso central, mas de todo o organismo. Os transmissores controlam a condução dos impulsos nervosos e coordenam a função dos órgãos internos (sistemas circulatório, respiratório, digestório, reprodutor e hormonal), além do comportamento psicológico.

Sabe-se que existe uma relação direta da acupuntura com a liberação de neurotransmissores, entre eles os opióides (encefalina, endorfinas, dinorfina), a bradicinina, a serotonina, a adrenalina, a noradrenalina e outros. Na depressão, embora ocorra alteração nos níveis de várias dessas substâncias, a serotonina tem recebido, sem dúvida, maior atenção: grande parte dos medicamentos antidepressivos atua por meio da modulação, direta ou indireta, do sistema serotoninérgico – o complexo sistema neuroquímico ativado pela serotonina.

Embora existam na literatura científica alguns trabalhos sobre os efeitos da acupuntura na depressão, a maioria deles foi realizada em seres humanos (pesquisas clínicas). Nessas condições, questões éticas limitam bastante uma investigação mais acurada do mecanismo de ação da acupuntura, capaz de conferir sustentabilidade aos resultados. Além disso, as pesquisas clínicas em acupuntura, por dificuldades metodológicas, não incluem grupos-controle adequados, que permitam investigar todas as possibilidades envolvidas. Esses problemas, infelizmente, costumam comprometer a qualidade dos estudos publicados, de modo que o tema ‘acupuntura versus depressão’ ainda é controverso na literatura científica.


Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/154835

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Indicações da Acupuntura

A partir de 1970, tiveram início diversos estudos científicos no sentido de comprovar a eficácia da acupuntura. Em 1979, a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou uma lista com 41 doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento de acupuntura. Após vinte e cinco anos de pesquisas em renomadas instituições do mundo, a OMS publicou o documento Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials, no qual expõe os resultados destas pesquisas. Neste documento foi analisada a eficácia da acupuntura – assim como das técnicas de moxabustão, ventosa, sangria, eletro-acupuntura, laser-acupuntura, magneto-acupuntura, massagem shiatsu / tuina e acupressura (pressão digital nos pontos) – em comparação com o tratamento convencional para 147 doenças, sintomas e condições de saúde.
A seguir apresentamos o resultado de eficácia da acupuntura, devidamente verificado pela medicina científica. Constam as afecções físicas, os distúrbios orgânicos, as desordens mentais e psicossomáticas, as condições específicas dos homens, mulheres e crianças, e os problemas oriundos do tratamento de câncer, cirurgias e dependência química.

Afecções de pele:
- acne: shiatsu / tuina: a acne desapareceu em 42% dos casos após 30 dias de tratamento, acupuntura: a acne desapareceu em 59% dos casos após 10 dias de tratamento
- eczema: melhora razoável
- irritação na pele: melhora significativa
- micose: desaparecimento em 53% dos casos após 3 meses (eficácia superior ao tratamento com vitaminas C e E)
- herpes zoster: desapareceram a dor e as sarnas após 1,5 a 6 dias
- psoriasis vulgar: cura obtida em 85% dos casos
- psoriasis eritroderma: melhora significativa em 50% dos casos
- psoriasis pustular: melhora significativa em 50% dos casos

Afecções no pulmão e vias respiratórias:
- gripe comum: melhora razoável
- dor de garganta: melhora em 90% dos casos
- amidalite: alívio significativo da dor e da febre
- rinite alérgica: eficácia em 97% dos casos (superior e mais duradoura que a medicação convencional)
- bronquite aguda: melhora significativa
- asma: efeito antiasmático em 93% dos casos
- maior ventilação pulmonar: em 68% dos casos
- doença pulmonar obstrutiva crônica: melhora significativa após 3 semanas

Afecções no coração:
- hipertensão: eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais
- hipotensão: a pressão foi normalizada em 95% dos casos
- doença coronariana e angina: melhora dos sintomas 85% dos casos, melhora na dor em 74% dos casos, melhora no eletrocardiograma em 69% dos casos
- doença cárdio-pulmonar crônica: eficácia em 90% dos casos
- neurose cardíaca: eficácia superior à medicação convencional

Afecções no fígado e vesícula biliar:
- cólica biliar: eletro-acupuntura: eficácia em 72% dos casos, acupuntura: eficácia em 94% dos casos
- cálculo na vesícula biliar: cura obtida e melhoria das funções biliares em 92% dos casos
- hepatite B (vírus portador): o vírus ficou negativo em 30% dos casos, o organismo produziu anticorpos em 50% dos casos

Afecções no estômago e intestinos:
- dor abdominal: shiatsu / tuina: melhora em 96% dos casos após 1.3min, acupuntura: melhora em 98% dos casos
- cólica estomacal: alívio da dor em 98% dos casos
- cólica intestinal: alívio da dor em 98% dos casos
- espasmo gastro-intestinal: alívio da dor em 98% dos casos após 30 min
- soluços: melhora significativa
- náuseas e vômitos: eletro-acupuntura: eficácia similar à medicação, acupuntura: eficácia em 90% dos casos, magneto-acupuntura: eficácia em 93% dos casos, moxa: eficácia em 98% dos casos
- diarréia: melhora significativa
- constipação: melhora significativa
- hiperacidez no estômago: eficácia em 95% dos casos
- gastrite crônica: melhora significativa
- úlcera: acupressura: eficácia em 80% dos casos, acupuntura: eficácia em 97% dos casos
- cólon irritado: melhora significativa em 93% dos casos
- enterite (inflamação bacteriana no intestino): cura obtida em 87% dos casos, a cultura de fezes ficou negativa após 7 dias
- hemorróidas moxa: cura obtida em 77% dos casos

Afecções no rins:
- cólica renal: alívio da dor em 100% dos casos
- calculo renal: eletro-acupuntura: pedras expelidas em 78% dos casos, acupuntura: cura obtida em 90% dos casos
- retenção urinária traumática: eficácia superior à medicação convencional
- incontinência: melhora significativa
- infecção urinária recorrente: desobstrução do trato urinário em 85% dos casos

Afecções do sistema nervoso:
- enxaqueca: eficácia em 80% dos casos
- tontura: eficácia em 75% dos casos
- neuralgia do trigêmeo: efeito analgésico em 100% dos casos
- neuralgia (dor dos nervos): efeito analgésico em 100% dos casos
- dor radicular (raízes dos nervos): laser-acupuntura: melhora significativa
- distrofia reflexa do simpático: melhora razoável
- bexiga neurogênica: eficácia consideravelmente mais rápida que o tratamento convencional
- lesão crânio-cerebral: cura obtida em 86% dos casos
- arteriosclerose: eletro-acupuntura: aumento da memória, da inteligência e da capacidade de cuidar de si mesmo em 68% dos casos
- coma: recuperação em 59% dos casos
- AVC – seqüela: hemiplegia: recuperação em 66% dos casos
- AVC – seqüela: perda da força muscular: recuperação em 75% dos casos
- AVC – seqüela: desvio da boca e paralisia da fala: recuperação em 76% dos casos
- AVC – seqüela: dificuldade articular: palavras eficácia em 90% dos casos
- paralisia facial acupuntura: cura obtida em 77% dos casos, acupuntura c/ transfixação de pontos: cura obtida em 91% dos casos, acupuntura c/ sangria: cura obtida em 96% dos casos
- paralisia causada por poliomielite: eficácia superior à medicação convencional
- febre hemorrágica epidêmica: moxa: regula a micção, cura a perda de proteína pela urina e reduz o inchaço dos rins

Afecções do sistema endócrino:
- obesidade: supressão do apetite em 95% dos casos
- diabetes mellitus: redução do açúcar do sangue em 20% dos casos

Afecções dos órgãos dos sentidos:
- olhos: sensibilidade melhora em 50% dos casos
- dor: eliminação da dor em 90% dos casos
- secura nos olhos: aumento significativo dos fluidos dos olhos
- conjuntivite: melhora razoável
- vista turva: cura obtida em 50% dos casos
- daltonismo: discriminação das cores melhorou após 3 cursos de tratamento de 7-12 dias cada
- ataque súbito de surdez: eficácia em 90% dos casos após 2 semanas
- zumbido: eficácia em 23% dos casos (superior à medicação convencional)
- sangramento nasal: cura obtida em 85% dos casos
- sinusite e obstrução nasal: melhora significativa
- excesso de salivação: diminuição da saliva em 97% dos casos
- falta de salivação: aumento significativo da saliva
- inflamação na gengiva: melhora razoável
- dor de dente pós-tratamento: efeito analgésico com duração de 24 a 48 horas
- dor de dente pós-cirurgia: efeito analgésico com duração de 2 a 3 horas
- dor de dente após extração: melhora significativa

Afecções da cabeça:
- dor de cabeça shiatsu / tuina: alívio imediato em 48% dos casos, acupuntura: alívio imediato em 66% dos casos, eletro-acupuntura: alívio imediato em 80% dos casos, diminuição da freqüência em 50% dos casos, alteração significativa no exame de eletromiografia
- dor crânio-mandibular: acupuntura tradicional: eficácia similar ao tratamento convencional (imobilização), acupuntura intradermica: eficácia em 60% dos casos
- disfunção da ATM: eficácia similar ao tratamento convencional
- espasmo facial: shiatsu / tuina: eficácia em 40% dos casos, acupuntura: eficácia em 70% dos casos

Afecções psíquicas e psicossomáticas:
- depressão: eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais
- ansiedade: eficácia superior à medicação convencional
- insônia: o sono foi totalmente normalizado em 98% dos casos
- síndrome do stress competitivo: eficácia em 93% dos casos
- esquizofrenia: laser-acupuntura: eficácia superior à da medicação convencional (78% dos casos)
- retardo mental: aumento de 21% no quociente de inteligência, aumento de 18% na adaptatividade social

Afecções masculinas:
- impotência sexual (não orgânica): eficácia em 60% dos casos
- ejaculação precoce: eficácia em 83% dos casos
- inflamação na próstata: alívio dos sintomas e melhora das funções sexuais superior à medicação convencional

Afecções femininas:
- TPM: alívio completo dos sintomas, sem recorrência por 6 meses, em 92% dos casos
- dor menstrual: melhora em 91% dos casos
- cistite: moxa + shiatsu / tuina: eficácia em 88% dos casos após 1 a 2 meses de tratamento
- obstrução da trompa: cura obtida em 81% dos casos
- policisto no ovário: cura obtida em 94% dos casos
- infertilidade: eficácia em 75% dos casos
- menopausa: massagem + ventosa: eficácia em 77% dos casos

Gestação e amamentação:
- enjôo: acupressura: melhora em 20% dos casos, acupuntura: melhora em 69% dos casos, moxa: melhora em 97% dos casos
- correção da posição do feto: moxa: eficácia em 93% dos casos (aumenta atividade fetal e encaixa a cabeça do bebê)
- indução ao parto: a dilatação do útero foi similar à oxitocina, as contrações uterinas foram inferiores à oxitocina
- dor do parto: efeito analgésico considerado bom
- lactação deficiente: eletro-acupuntura: aumento da lactação em 92% dos casos

Afecções infantis:
- diarréia: 1 dia de tratamento: cura em 82% dos casos, 3 dias de tratamento: cura em 98% dos casos
- coqueluche: cura obtida em 98% dos casos
- convulsão: convulsões cessaram em 98% dos casos após 2 min de se colocar as agulhas
- obesidade infantil: redução significativa dos níveis de gordura, glicose, hidrocortisona e tri-iodo-tironina
- pós-entubação operatória: redução significativa do espasmo da laringe (5% dos casos)
- encefalite viral (estágio terminal): acupuntura + medicação: eficácia em 82% dos casos

Dependência química:
- álcool: diminui a necessidade de ingerir álcool
- tabaco: aumento na vontade de não fumar em 13% dos casos, redução no hábito de fumar em 20% dos casos, redução no prazer de fumar em 70% dos casos
- cocaína: diminuição dos sintomas da abstinência em 44% dos casos
- heroína: diminuição dos sintomas da abstinência (anorexia, suor espontâneo e insônia), redução da freqüência do uso de heroína
- desintoxicação de álcool: redução do álcool no sangue
- desintoxicação de tabaco: redução da concentração de nicotina

Pós-operatório:
- convalência: efeito analgésico superior e mais rápido que a medicação convencional
- mal-estar e vômitos: eletro-acupuntura: efeito inferior à medicação convencional (50% dos casos), acupuntura: efeito similar à medicação convencional (90% dos casos)
- cirurgia de amídalas: alivio significativo da dor e da salivação, acelera a cicatrização
- cirurgia de hemorróidas: melhora da dor e do desconforto em 77% dos casos
- cirurgia de artroscopia: alivio significativo da dor
- cirurgia cerebral: cura dos sintomas em 86% dos casos
- dor do pós-operatório: reduz pela metade a quantidade de analgésicos narcóticos (ex. morfina)
- dor após exame de endoscopia: eficácia similar à medicação, mas sem efeitos colaterais,

Câncer:
- reações adversas ao tratamento de radioterapia e/ou quimioterapia: náuseas, vômitos e falta de apetite foram eliminadas em 93% dos casos
- tontura e cansaço: foram minimizadas consideravelmente
- perda de leucócitos: acupuntura: aumento dos leucócitos em 87% dos casos, moxa: aumento dos leucócitos em 90% dos casos
- dor causada por câncer: analgesia imediata: efeito em 70% dos casos (similar à medicação convencional)
- analgesia prolongada: efeito em 92% dos casos (superior à medicação convencional)

Fonte: http://acupuntura.pro.br/oms/doencas-trataveis/

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

RESOLUÇÃO CFP N° 005/2002

RESOLUÇÃO CFP N° 005/2002

Dispõe sobre a prática da acupuntura pelo
psicólogo

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei n° 5.766, de 20 de dezembro de 1971 e;

CONSIDERANDO que a Acupuntura está incluída no Catálogo Brasileiro de Ocupações, editado pelo Ministério do Trabalho, em 1977, em convênio com a Organização Internacional do Trabalho – OIT (Min.Trab./OIT/Unesco/BRA/70/550 n° 0.79-15 – Acupunturista), no qual se prevê que o acupunturista execute o tratamento de moléstias psíquicas, nervosas e de outros distúrbios orgânicos e funcionais;

CONSIDERANDO que os Conselhos da Área de Saúde, a propósito do Seminário sobre o exercício da Acupuntura no Brasil, realizado em 1993 e promovido pela Secretaria de Vigilância Sanitária – MS/SVS/DETEN DSERV – DEHSA, em ofício assinado pelos conselhos federais da área da saúde, entre os quais o de Psicologia, recomenda o exercício democrático da acupuntura pelos profissionais da área de Saúde no Brasil, desde que formados em curso específico, entre outras considerações;

CONSIDERANDO que a Justiça Federal reconheceu a Acupuntura como atividade profissional vinculada à Saúde Pública;

CONSIDERANDO que algumas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, criaram e autorizaram, por ato próprio, os serviços de Acupuntura na área da Saúde.

CONSIDERANDO que a prática da Acupuntura, no país, vem sendo ensinada desde 1958, conforme histórico da Acupuntura no Brasil, através de cursos que seguem normas instituídas pelo MEC;

CONSIDERANDO a utilização da Acupuntura como instrumento de ajuda e eficiência aos modelos convencionais de promoção de saúde;

CONSIDERANDO a proximidade de propósitos entre a Acupuntura e a Psicologia, no sentido da intervenção e ajuda ao sofrimento psíquico ou distúrbios psicológicos propriamente ditos (segundo Catálogo Brasileiro de Ocupações/ MTE e a concepção da própria acupuntura).

CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em reunião realizada no dia 24 de maio de 2002,

R E S O L V E:

Art.1º - Reconhecer o uso da Acupuntura como recurso complementar no trabalho do psicólogo, observados os padrões éticos da profissão e garantidos a segurança e o bem-estar da pessoa atendida;

Art 2º – O psicólogo poderá recorrer à Acupuntura, dentro do seu campo de atuação, desde que possa comprovar formação em curso específico de acupuntura e capacitação adequada, de acordo com o disposto na alínea “a” do artigo 1º do Código de Ética Profissional do Psicólogo;

Art.3º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação;

Art. 4º – Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de maio de 2002.

ODAIR FURTADO
Conselheiro Presidente CFP